Mapa prevê ações para rápida identificação, testagem e cuidados sanitários dos casos suspeitos da doença
O governo federal publicou MP (Medida Provisória) que abre crédito extraordinário de R$ 200 milhões ao Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para ações de enfrentamento à Influenza aviária de alta patogenicidade, a H5N1, popularmente conhecida como “gripe aviária”. A publicação, assinada por Luiz Inácio Lula da Silva e por Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento, ocorreu no DOU (Diário Oficial da União), edição desta terça-feira (6).
Em comunicado em seu portal, o Mapa informa que, com o estado de emergência zoossanitária em vigor no País desde o dia 5 de maio e a confirmação de casos da doença em aves silvestres em pelo menos quatro Estados, as ações de controle e contenção serão intensificadas. O crédito, segundo o ministério, será aplicado no Suasa (Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária). Entre as ações previstas estão a rápida identificação, testagem e cuidados sanitários dos casos suspeitos.
“O combate à gripe aviária é uma questão que merece a atenção de todos, pois o avanço da doença poderia impactar diversos setores do País. Por isso, essa medida do presidente Lula e o trabalho que estamos fazendo conjunto com os ministérios da Saúde e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Ibama e Defesa Civil, além dos órgãos estaduais, vão nos dar mais segurança para o enfrentamento a esta crise sem maiores riscos”, disse ao portal Carlos Fávaro, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Aina segundo o texto, o Brasil permanece livre de gripe aviária na criação comercial e mantém seu status de livre de Influenza aviária perante a OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal), “exportando seus produtos para consumo de forma segura”.
EM UBATUBA-SP
Foi confirmado pelo Mapa na última segunda-feira (5) o primeiro foco de Influenza aviária de alta patogenicidade, a H5N1, chamada de “gripe aviária”, em São Paulo. A ave silvestre, que seria da espécie Thalasseus maximus, popularmente conhecida como “trinta-réis-real”, teria sido encontrada no município de Ubatuba, Litoral Norte do Estado. Já havia sido detectado um foco no Rio de Janeiro, em Niterói, da mesma espécie.
Com essa ocorrência, sobe para 24 o total de confirmações de focos em aves silvestres, espalhados por quatro Estados, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e agora em São Paulo. Mesmo com as confirmações, o Mapa reforça que “o consumo de carne e ovos se mantém seguro no País”.
E acrescenta que há investigação em curso em todos estabelecimentos ou criações de aves em raio de dez quilômetros dos focos nos entes da federação, além de orientação em relação às “medidas de prevenção, conforme prevê o Plano de Contingência de IAAP (Influenza Aviária de Alta Patogenicidade) do Departamento de Saúde Animal”.
As atividades visando a detecção, a vigilância e a prevenção da ocorrência do vírus no Brasil acontecem de maneira conjunta entre o próprio Mapa, o ICMBio (Ministério do Meio Ambiente), Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e o Ministério da Saúde.
ESPÉCIES
Ainda segundo o ministério, até então a Influenza aviária de alta patogenicidade, a H5N1, foi verificada nas espécies Thalasseus acuflavidus, popularmente conhecido como trinta-réis-de-bando; Sula leucogaster (atobá-pardo); Thalasseus maximus (trinta-réis-real), Sterna hirundo (trinta-réis-boreal), Sterna hirundinacea (trinta-réis-de-bico-vermelho), Megascops choliba (corujinha-do-mato), Cygnus melancoryphus (cisne-de-pescoço-preto), Chroicocephalus cirrocephalus (gaivota-de-cabeça-cinza), Fregata magnificens (fragata) e Nannopterum brasilianum (biguá).
O ministério pede que a o contato com aves doentes ou mortas seja evitado pela população. Caso sejam encontradas em sua região, o Mapa reitera que o serviço veterinário local seja acionado o mais próximo ou realize a notificação por meio do e-Sisbravet (Sistema Brasileiro de Vigilância e Emergências Veterinárias).
